quinta-feira, 15 de março de 2007

O VICIO AO PÉ DE CASA

Eis que a descoberta de um recente grupo organizado de “viciados” foi recebida com bastante “pica”. Foi bom constatar que a amizade e a camaradagem brota do poder que as bicicletas provocam em nós.
Foi em Setembro de 2005 que esta descoberta aconteceu. FIDALBYKE – Clube de Cicloturismo. ribas – sócio nº 29.
O seu site na Internet -
http://www.fidalbyke.web.pt/index.htm - e também o Fórum aberto pelo Clube de dedicado ao BTT do Barreiro - http://www.bttbarreiro.web.pt/ também permitiram a uma aderência substancial de sócios.
Eis alguns extractos de um artigo escrito num jornal da região pelo gestor Carlos Freire:

“AS PESSOAS EM PRIMEIRO LUGAR – O nosso estilo de vida corrompe-nos as almas e destrói o que de mais humano temos: o sentido de presença. Vivemos embrenhados nos nossos problemas, na nossa falta de tempo, na solidão que o urbanismo e as famílias nucleares nos impõem. Por vezes estamos sós mesmo quando estamos no nosso espaço, e mesmo quando esse espaço é partilhado por milhares de outras pessoas. Não é raro vivermos num edifício e não conhecermos os nossos vizinhos. Já ninguém pede uma chávena de açúcar ao vizinho do lado.
E vai daí, construímos condomínios
fechados e fechamo-nos ainda mais. E depois vem a exigência dos horários, os filhos que nos pedem o tempo que pensamos não ter, porque nos doem os calos de um trabalho que nos chupa a carne e nem os ossos escapam. Vivemos misturados no trânsito ou em filas de transportes públicos, colados a rostos estranhos que nada nos dizem, inexpressivos. Vivemos colados, quase sempre paredes-meias, mas não temos contacto humano. Estamos assim, numa espécie de síndroma urbano-depressivo, próprio das sociedades de terceiro mundo, mas fingimos que pertencemos a um primeiríssimo mundo, civilizado e limpo.
Acordem, organizem-se. “Et voilá”, lá aparecem os que acordam e se organizam e fazem da vida uma coisa melhor. Surgem as associações e organizações não oficiais, fruto da iniciativa de alguns mas que existem para deleite de todos. E são estas organizações, muito mais importantes que o esforço oficial de um Estado abstracto e distante, que nos fazem sentir parte de alguma coisa. Preenchem os tempos livres de pessoas sós e não só, fazem muito pelos jovens e pelo seu crescimento e integração na sociedade, aproveitam a experiência dos mais velhos, dignificando a sua maturidade e sabedoria, dinamizam o desporto e as actividades lúdicas e culturais. Vergo-me, de forma reverente, perante todas as associações culturais e desportivas da nossa cidade, e do nosso país, porque contribuem, de forma inteligente e saudável, para adocicar a vida dos seus associados e simpatizantes.
Promovem o contacto humano e a criatividade de todos. Aplaudo a iniciativa desprendida de pessoas que investem o seu tempo em prol dos demais, num exemplo digno de coerência humana e de puro altruísmo. Não há despotismos nem
paternalismos, não há outro interesse que não seja o trabalho realizado em prol dos outros ou a paixão por uma actividade lúdica, cultural e desportiva. (…)
(…) Mas ainda assim, ainda existe espaço para novas iniciativas. E destaco uma, cuja proximidade me obriga à sua referência. Esta proximidade não advém de laços afectivos nem pelo facto de lhe pertencer mas cujas circunstancias da vida me levaram a ter assistido à sua criação e crescimento, ainda que à distancia de um observador minimamente atento, e por ter visto uma grande iniciativa que encheu a Quinta dos Fidalguinos de gente e de bikes:
o FIDALBYKE, Clube de Cicloturismo. Por mais estranho que possa parecer, esta gente elabora todos os dias uma actividade que, nestes tempos impessoais e depressivos, representa mais do que boa vontade: é quase um milagre. Claro que este ecuménico termo é desapropriado, já que a boa vontade e a iniciativa é que são o verdadeiro milagre. Este clube, pelo que pude ler no seu site oficial, surgiu da boa vontade e do interesse dos seus membros por um desporto pelo qual nutrem verdadeira paixão. Mal sabem eles que esta iniciativa é muito mais que isso, é muito maior que a paixão pelas”meninas” – referem-se às bikes, obvio. E fazem mais pela sociedade do que eles próprios pensam.
Estas palavras de elogio são gratuitas, como a boa vontade deste pessoal, e servem de incentivo ao FIDALBYKE e a todas as iniciativas semelhantes. Continuem. Parabéns. Boa sorte.”

ribas

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